sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sobre crianças que comem bem

Um monte de gente me pergunta como faço para o Benjamin comer bem.

A alimentação dele sempre foi uma preocupação muito grande para mim. Além dele ter passado pela APLV, desde antes de engravidar sempre tive horror ao ver aquelas crianças se entupindo de besteiras como bolachas recheadas, chocolates, Mc Donald's e afins. Digo isso porque hoje, mais do que nunca, se sabe o quanto esse tipo de comida faz mal - além de engordar.

Fora isso, penso que no mundo em que vivemos, da poluição, da comida industrializada, dos sabores artificiais, do pouco contato com a natureza, da preguiça de cozinhar, do "faz assim que é mais fácil, mais simples" sobram tão poucas referências de dedicação de tempo, que a comida pode e deve ser um exemplo bom a ser seguido e mantido. Vou explicar.

Venho de uma família em que todo mundo cozinha muito bem. Minhas avós (hoje só tenho uma viva) sempre fizeram receitas maravilhosas. De lasanha com massa artesanal finíssima a esfihas, quibes e bolos maravilhosos, a comida sempre foi pra mim, mais do que alimento; representou afeto, boas lembranças, carinho, conversa.

Não me esqueço da expectativa que era a preparação da lasanha da minha avó. Nem tampouco posso me esquecer do prazer que tinha em ajudar a mãe do meu pai a fazer as bolinhas de massa da esfiha e abri-las uma a uma para depois recheá-las e comê-las quentinhas, saídas do forno. Não me sai da cabeça de como era legal ver o pão crescer e de como eu gostava de ver meu pai e meu avô prepararem o cordeiro do Natal durante três dias, deixando a casa toda perfumada com ervas e vinho tinto.

Mas aí, a gente cresce, começa a trabalhar, casa, toma cerveja, come amendoim japonês e desencana de ficar cozinhando um monte de coisas, né? Só se dá ao trabalho mesmo de ir ao restaurante ou de pedir uma pizza de vez em quando. Um risotinho é o auge da elaboração e olhe lá.

Só que quando um bebê nasce, muda tudo. E foi o que aconteceu aqui em casa. Quando Benjamin começou a chegar perto da idade de comer comecei a pensar sobre o que eu gostaria ou não que ele comesse. Sobre quais eram as memórias que eu queria que ele tivesse sobre a comida, e aí comecei a pesquisar.

A primeira referência que encontrei foi o site da Pat Feldman (Veja aqui). Ela é uma super expert em nutrição infantil. Depois, comecei a consultar o Comer para Crescer e em meio a tudo isso conversei muito com os pediatras do Benja e li sobre quais eram as melhores alternativas para alimentação dele. E então cheguei a uma grande conclusão: Criança nenhuma come bem, se você não comer bem também. Então, eu tinha que mudar a minha alimentação.

Exemplo, minha gente, é tudo. Coma bem na frente do seu filho e a chance dele comer bem será enorme. É OBVIO que cada criança tem suas preferências e particularidades, mas paladar é treino, insistência e exemplo. Então se você insistir em uma alimentação saudável e treinar seu filhote a experimentar diversos sabores suas chances de sucesso aumentam e muito.

Por isso, a partir da semana que vem vou colocar aqui algumas dicas e receitas de papas que fazia para o Benjamin e que eram só sucesso. Um jeito bom de organizar a dieta dos pequenos e a sua também, porque seu filho pode - e deve - desde cedo - comer aquilo que você come!

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